Na mesma semana em que o partido de Marine Le Pen anunciou a intenção de vedar o acesso a certos cargos públicos a cidadãos franceses com dupla nacionalidade, veio a público este fabuloso “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”. A fazer lembrar os grandes sucessos do Bolsonaro da Wish que temos por cá.
O que sucede?
Sucede que o RN tem cidadãos com dupla nacionalidade que foram candidatos às eleições de Domingo, entre eles Tamara Volokhova.
Quem?
Isso: Tamara Volokhova.
Sim, também nunca ouvi falar.
Mas agora sei isto: a senhora Volokhova, que tem nacionalidade russa e francesa, está sob suspeita dos serviços secretos franceses de ser um “agent of influence” de Moscovo.
Bingo!
Volokhova, que foi assistente pessoal da própria Le Pen, e é actualmente conselheira de segurança (LOL) do RN no Parlamento Europeu, é suspeita de ser uma operacional ao serviço do Kremlin. Será que veio no pacote de financiamento que Putin ofereceu a Le Pen em 2014?
Tamara Volokhova tornou-se cidadã francesa em 2020, quando já era conhecido um relatório dos serviços secretos franceses que a descrevia como suspeita de ser “agente de influência” ao serviço do regime russo. Tal não impediu Marine Le Pen de a trazer para o centro das operações. De a promover a conselheira. E de validar como candidata, apesar de se apresentar determinada em banir cidadãos com dupla nacionalidade de acesso a cargos estratégicos da hierarquia pública.
O que levará Le Pen a ter um critério diferente para a franco-russa Volokhova?
Não sei. Mas julgo que a resposta será em rublos.