Em 2021, as contribuições dos imigrantes subiram para um valor recorde: 1293 milhões de euros. Paralelamente, as prestações sociais de que beneficiaram ficaram-se pelos 325 milhões, o que significou um saldo positivo de 968 milhões para os cofres da Segurança Social.
Em 2022, novo recorde. Desta vez, as contribuições ascenderam a 1861 milhões, as prestações sociais caíram para 257 milhões e o saldo disparou para os 1604 milhões.
Mais um ano, mais uma chapada na retórica desonesta da extrema-direita xenófoba e racista.
Mais uma chapada na narrativa canalha que faz dos imigrantes o bode expiatório da agenda do ódio.
Mais uma chapada na instrumentalização do medo e da ignorância, da demagogia da divisão, do cheio nauseabundo do isolacionismo nacionalista.
A verdade, digam o que disserem os descendentes de Salazar, é que precisamos destas pessoas. Porque são eles quem aceita os trabalhos precários e mal pagos na construção civil, no turismo, na restauração e no serviço doméstico.
Sem eles, estes sectores colapsariam, ou ficaram perto do colapso.
Porque falta mão-de-obra, e porque os portugueses não querem esses trabalhos. Preferem emigrar.
Portanto, sim, estes imigrantes, sejam brasileiros, paquistaneses, indianos ou nepaleses, fazem falta à economia portuguesa.
E contribuem para contas públicas mais saudáveis.
Muito mais saudáveis.
Portugal precisa deles.
O resto é conversa de populistas que não têm mais do que ódio e autoritarismo para oferecer ao país.